sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

O Acaso

Alguém alguma vez já parou para se perguntar o que de fato é o acaso? Na verdade muita gente já deve algum dia de sua vida ter parado e pensado: o que diabos é a sorte ou o azar? Ela existe mesmo? Ou será apenas Destino?

Se o que existisse fosse Destino, a libertade não existiria, logo o livre-arbitrío seria nulo. Nesse caso qual a utilidade em se viver? Não, o livre-arbitrío existe. Logo sabemos: o Destino não é inexorável, o destino é uma hipótese. Talvez uma hipótese com alta probabilidade de acontecer, mas ainda sim, uma hipótese.

Me recordo agora de uma passagem do filme "Matrix: Reloaded" (Irmãos Wakashi) no qual o Oráculo pergunta ao personagem Neo: "Aceita uma balinha?". Neo pensa um pouco e responde: "Você já sabe se vou aceitar?". Por sua vez o Oráculo responde: "Que tipo de Oráculo eu seria se não soubesse?". Neo: "Mas se você já sabe, como posso escolher?". E o Oráculo concluí: "Porque você não esta aqui para fazer uma escolha, você já a fez, você esta aqui para entender porque você fez esta escolha.".

Posso citar outro exemplo, do livro Senhor dos Anéis (J.R.R. Tolkien). Era destino que o Um anel chegasse até a mão do hobbit Frodo. Mas não era destino que ele o levasse até Mordor no intento de destruí-lo. Ele poderia guardar o anel consigo, doá-lo para alguém, joga-lo no mar, entre muitas possibilidades. Mas ele optou por destruir o anel na Montanha da Perdição. A partir dessa escolha toda uma série de eventos foi determinada, tanto pelo acaso quanto pelo destino.

O Acaso e o Destino são dois irmãos que se completam. Um inicia e o outro finaliza.
Mas ainda não respondemos o principal: o que seria o Acaso?

Por estranho que pareça, eu cheguei a essa conclusão por Acaso. Estava eu caminhando na rua voltando para minha casa quando avisto uma árvore e várias folhas esparramadas no chão. E então me pergunto: o que faz com que essas folhas caiam nessa exata disposição que estão no chão agora, e não em outra completamente diferente? Minha resposta imediata foi: o acaso. Mas então percebi que eu não sabia o que seria o acaso. E começei a filosofar.

Pensei: o que faz com que as folhas caiam? A gravidade aliada ao vento. Mas o que faz com que elas caiam em lugares diferentes? Seria o vento e a disposição que elas se encontram na própria árvore. Pensei então que se as folhas nascessem todas uma em cima da outra e não houvesse vento, elas caíriam no mesmo lugar. Exceto se o monte de folhas progredisse muito em tamanho, a ponto das folhas tombarem. Então pensei: o que faz as folhas crescerem? É a progressão da vida da árvore, conforme ela vai crescendo novas folhas vão nascendo em lugares distintos. O que gera o vento? Uma progressão de pressão em determinado ponto que gera um deslocamento da massa de ar. Daí pude concluir: o desenvolvimento gera o acaso, ou ainda: "O Acaso é o desenvolver do progresso.".

De fato, pensemos: o que gera a chance de você ser assaltado na rua? O progresso da população urbana, o progresso do desemprego, o progresso da pobreza. O que gera a chance de você tropeçar e cair? O progresso do seu caminho em direção ao lugar que você deseja chegar. Assim, em todo lugar que há progresso, existe o acaso, existe o impensado ou surpreendente. A lei de Murph: quando você planeja algo e encontra três maneiras de seu plano fracassar e você contorna as três, uma quarta maneira surge de repente, apesar de cômico tem fundamento, pois seu plano é um progresso, que vai gerar um acaso, seja ele positivo ou negativo.

Muitos podem pensar: mas qual o progresso em uma jogada de dados? Ou qual o progresso na compra de uma carta de baralho? Existe aí tanto o progresso da queda do dado quanto o progresso da própria psiquê da pessoa que lançou o dado. A sua mente influi no resultado de um sacar de cartas tanto quanto um lançamento de dados. Pena que não posso ser menos abstrato nesse ponto.

Agora retornemos ao ponto inicial: quando há destino não há acaso, não há livre-arbítrio. A menos é claro, que um inicie e o outro termine. Um apresente a situação e o outro determine o resultado. Falando mais claramente: um é a causa, o outro, a conseqüência. Logo, quando há destino não temos um progresso, ficamos estagnados.

Para que haja progresso em alguma coisa, não podemos seguir o que já esta traçado, o que já esta definido. Temos que inovar. Foi dito uma vez que os grandes gênios não tiveram medo de arriscar. Essa sentença tem certo fundamento.

Por outro lado, qual a grande necessidade em se progredir?

Essa nossa raça humana é uma coisa estranha...francamente.
Mas isso eu deixo para alguma outra postagem.
Paz Inverencial.

3 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Qual o sentido de progredir?
Qual o sentido de ter controle de si mesmo?

isso vai de cada um
cada um com seus motivos mas
sobre a teoria do causa e consequência, fato.

todas as coisas no mundo
existem opostos que as balanceam e
completam, porque com o destino seria diferente?

muito bem escrito
parabéns
abraços.

Unknown disse...

Então, progredir internamente é uma coisa de fato louvável...
O problema é quando queremos progredir por exemplo, na tecnologia bélica. Qual a necessidade de querer controlar os outros?

Vai entender...
xD